sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Nosso aeroporto e sua viabilidade

Em 2007, em artigo intitulado “Um aeroporto para o Sertão”, e publicado aqui nesse mesmo espaço, eu falava sobre a possibilidade da construção de um aeroporto entre as cidades de Sousa e Cajazeiras, sustentando meus argumentos na localização mais favorável e estratégica e economicamente – pelo empreendimento de uma única obra aeroportuária para todo o sertão paraibano. E sem explicitar, o artigo tinha motivação defensiva, pelo receio de que Sousa, mais populosa e por sediar mais órgãos públicos federais, partisse na frente e estruturasse seu aeroporto. Dessa forma, a vizinha cidade poderia ganhar a preferência de alguma companhia aérea, comprometendo a pretensão cajazeirense de polarizar o transporte aéreo de passageiros no sertão paraibano. Sete anos depois, e com nosso aeroporto já praticamente pronto, eu ainda conservo esse receio. Geograficamente, Sousa está mais bem localizada no sertão da Paraíba e seu raio de 80 km compreende mais habitantes e um maior numero de cidades paraibanas, nos vales dos rios Piranhas, do Peixe e até Piancó. Seu pequeno aeroporto já opera regularmente vôos de cargas (malotes bancários e dos correios), justamente por sua localização. 
 O maior custo no transporte aéreo é com o combustível, 50% deste, gasto na decolagem. Aterrissar ou decolar em um pequeno ou grande aeroporto tem praticamente o mesmo custo. Daí a questão crítica quanto às operações em aeroportos com baixa demanda. Num momento em que algumas empresas já acenam com a possibilidade de suspenderem vôos em algumas rotas consideradas não sustentáveis, a preocupação se volta para o nosso sonho que é a inclusão do Aeroporto Pedro Moreira nas rotas regionais e nacionais. Em uma atividade dolarizada em 55%, a nova paridade da moeda americana frente ao real elevou os custos do setor. E o que se vê no momento, são as companhias aéreas se adaptando ao novo cenário, reajustando o preço das passagens, diminuindo a oferta de assentos promocionais, e reavaliando a viabilidade econômica de algumas rotas. Isso pode ser mais um obstáculo para inclusão de Cajazeiras nas rotas aéreas regionais. 
 O argumento de que Cajazeiras já teve por 4 ou 5 anos, na década de 60, linhas regulares da Varig não vale como parâmetro. Primeiro, naquela época as cidades eram muito isoladas devido à ausência de estradas asfaltadas, justificando mais necessidade da ligação aérea com as capitais; Segundo, havia influência política e de empresários de duas multinacionais do setor algodoeiro com filiais em Cajazeiras; terceiro, as companhias estatais, não são referência, pois as mesmas operavam com subsídios e sob intervenção política. Empresas assim são pouco pragmáticas quanto à sustentabilidade econômica. Para elas, se uma rota superavitária cobrisse os custos de uma rota deficitária, estaria tudo bem. Já os executivos de uma empresa privada não pensam assim. Foi-se o tempo em que governos subsidiavam o transporte aéreo – até porque este era monopolizado pelo Estado. Hoje, o cenário é outro e os governos não parecem mais dispostos a subsidiarem, com dinheiro público, as rotas deficitárias. 
 Meu ceticismo sobre o assunto é baseado numa realidade mais austera, que permeia o segmento da aviação civil, e na localização de nossa cidade nos limites do estado, que muitos vêem como favorável, mas que na verdade é uma desvantagem. Também não tenho ilusões de que será o aeroporto que trará o desenvolvimento para Cajazeiras; mas sim, o desenvolvimento de Cajazeiras que atrairá as companhias aéreas para o nosso aeroporto. Nesse aspecto sou bem realista e não vejo com tanto otimismo a possibilidade da inclusão de nossa cidade nas rotas aéreas, regionais ou nacionais, no curto prazo.


Fonte: Blog Coisas de Cajazeiras de Christiano Moura


CAMPANHA EU APOIO A TV DIÁRIO DO SERTÃO!

Alô cajá! Se você é Cajazeirense ou Cajazeirado, se você é morador da região da grande Cajazeiras, ou simplesmente tem simpatia pela cidade que ensinou a Paraíba a ler, tenho um pedido a lhe fazer. A nossa Tv Diário do Sertão, patrimônio da comunidade Cajazeirense está precisando do seu apoio e da sua ajuda. O nosso grande empreendedor e guerreiro Petson santos, ou simplesmente Petson, filho de Mário Bembem pra quem gosta de uma referência de Cajazeirabilidade está a nos solicitar via torpedo que nos irmanemos em apoio ao Projeto Tv Diário do Sertão, a primeira tv online de Cajazeiras para o mundo. 
Pensando em você telespectador que se acostumou a ficar bem informado pelo portal www.diariodosertao.com.br, e há algum tempo acessando o link www.diariodosertao.tv.com.br para se inteirar das notícias de Cajazeiras, região, Brasil e do mundo, além da cobertura do futebol e festas públicas como desfile cívico o dia da cidade e outras atividades mais, e dos programas da grade da emissora que acontecem diariamente. 
 Foi feito um empréstimo financeiro para um investimento de 20 mil reais na compra de novos equipamentos, top de linha o que há de mais moderno, com o objetivo de projetar a nossa cidade de Cajazeiras para o mundo, como a primeira cidade a ter no ar um tv online, patrimônio da cidade e conduzida por um grupo de jovens abnegados que comandam a sua programação diversificada, além da colaboração no programa de esportes do renomado Prof. Reudsman Lopes, sob a coordenação de Polyana e Petson Santos, dois gigantes na missão de enfrentar desafios, esse projeto não pode parar. 
A dívida está feita e necessita ser paga, e nós amigos do projeto diário do sertão precisamos ser partícipes desse débito, já que os seus devedores só o fizeram na confiança de que nós possamos colaborar como fiadores. 
Afinal de contas seremos nós os maiores beneficiados com uma tv online de qualidade, e de graça em casa, ou seja sem custos adicionais como uma tv por assinatura, bastando apenas ter um computador ou aplicativo com um simples plano de internet. 
A conta bancária para a sua ajuda é a seguinte: Agência 0099-x c/corrente 9922-0 - Banco do Brasil de Cajazeiras. Você não pode ficar de fora dessa campanha: Eu Apoio a Tv Diário do Sertão, conto com a sua colaboração. Não importa o valor, qualquer ajuda será bem vinda, colabore! 
Quem for empresário ou desenvolver qualquer tipo de atividade, a emissora compensará com a permuta de mídia de publicidade, para isto entre em contato com a equipe do Projeto Diário do Sertão pelos fones: 
83-8802-4576/9316-1057/96185105, 
abrace esta causa, o futuro de Cajazeiras lhe agradecerá e a sua recompensa virá. Saudações Carrazeirenses! 



Sales Fernandes, Jornalista e Radialista.


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Diocese de Cajazeiras e a UFCG

Por Francisco Frassales Cartaxo

   Seria bom que este ano alunos e professores do campus da UFCG coloquem seus conhecimentos a serviço da história da centenária diocese de Cajazeiras. Ali, ao lado das Casas Populares, há um centro de saber acadêmico, formado a expensas de recursos públicos, com professores capazes de mergulhar no passado e enxergar facetas difíceis de serem captadas por simples curiosos. Não se trata apenas de questão de conhecimento, do domínio de teorias ou de técnicas de investigação. Isto é pré-requisito. Impõe-se algo mais, por exemplo, a vontade de utilizar os fundamentos científicos, as ferramentas de pesquisas inerentes às ciências sociais, em particular à história, para apreender as peculiaridades locais, situando-as em contexto amplo, regional e nacional. Obras fundamentais para entender o Brasil estão cheias de citações de estudos específicos de caráter sub-regional e local, sem os quais a interpretação do mundo real se resumiria ao acúmulo de conhecimentos, muitas vezes, produzidos lá fora, sem o devido cuidado em operar a necessária redução sociológica.
   Espero que o campus tenha adquirido ultimamente mais abertura para as questões locais. Em 2006, quando recorri ao saber acadêmico de nossa Universidade em busca de luzes para clarear a história política de Cajazeiras, constatei existir certa má vontade com as coisas do sertão. É claro que encontrei boa vontade e apoio para troca de ideias com professores amigos. O foco do meu estudo era história política, do qual resultou modesta contribuição divulgada no livro “Do bico de pena à urna eletrônica”.  Mesmo sem calibre teórico, eu tentava incursão no patrimonialismo, desejoso de fornecer exemplos concretos de sua prática em Cajazeiras. Em contato com respeitado professor, situado no topo da carreira docente, doutor que é, fui surpreendido com sua concepção do papel da academia em lugares como Cajazeiras. Disse-me mais ou menos isto:
“Dessas coisas de política local eu não cuido. Minha função é outra, é transmitir aos alunos conceitos básicos, teóricos, princípios etc. E isso você pode ler nos meus textos preparados para os estudantes. Os textos estão disponíveis, ali.”
Disse enquanto apontava o dedo para a barraca da Xerox. Adquiri-os. Mais tarde mergulhei na leitura da sua apostilha. Na segunda página, não pude segurar o bocejo, tantas eram a citações entre aspas. Uma atrás da outra. Dezenas de conceitos de autores de todas as partes do mundo. Nada contra. Mas aquilo não me seduzia. Talvez comova o coitado do aluno, obrigado a fazer prova... Eu procurava algo mais simples, menos distante, um link entre o saber acadêmico e a realidade histórica local.
Ao recordar esse fato, penso que fui exigente, desfocado da rotina da academia. Enfim, devo ser um cara chato... O episódio, de sete anos atrás, provocou em mim a estranha sensação de que importa mais empurrar nos alunos, goela abaixo, o produto da assimilação de conhecimentos obtidos nos cursos de mestrado, doutorado, pós-doutorado, ministrados em grandes centros do saber acadêmico. E só. Aplicá-los à vida local seria tarefa subalterna? Confundida, talvez, no caso específico dos estudos de história política de Cajazeiras, com algo desprezível ou passível de contaminar a pureza do saber acadêmico. Espero estar enganado e que o centenário da diocese seja iluminado com as luzes do campus da UFCG.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Trio Elétrico de Cajazeiras bate em fiação de alta tensão e no incêncio morre uma pessoa.

O grave acidente aconteceu na noite desta sexta-feira, quando o trio estava indo fazer uma festa na cidade

veículo totalmente destruído
Um grave acidente foi registrado na noite desta sexta-feira (24), na PB 411, entre distrito de Pilões a cidade de Triunfo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, cinco pessoas ocupavam o Trio Elétrico Treme Tudo no momento do acidente.
O Trio que é da cidade de Cajazeiras se dirigia para Triunfo onde seria realizado uma festa, quando bateu na fiação de alta tensão, chegando a incendiar o veículo.

Com impacto, o jovem Daniel Ferreira de Souza, de 18 anos de idade, morador do Sítio Almas, município de Cajazeiras morreu no local do acidente.
    Os outros quatro ocupantes, incluindo uma criança de 10 anos conseguiram pular do trio quando o fogo começou a tomar conta do veículo.

O Corpo de Bombeiros e o SAMU de Cajazeiras foram acionados no atendimento da ocorrência. O carro ficou totalmente destruído. As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Regional de Cajazeiras.

Testemunhas afirmam que o motivo do acidente foi um poste da empresa de energia que estaria em desnível ocasionado a colisão com a fiação de alta tesão. 
VEJA VÍDEO:


sábado, 11 de janeiro de 2014

Resposta Indigesta!

Chegou ao conhecimento do então capitão Gilberto, Sub-Chefe da Casa Militar no governo Wilson Braga, que o motorista Airton "Papá" estava passando os finais de semana com a viatura oficial que servia ao Palácio da Redenção.
Para chamar o feito à ordem, o militar indagou a "Papá":
- É verdade que o senhor está dormindo com o carro oficial em casa?
- Não senhor capitão - respondeu, completando: Eu durmo com minha mulher. O carro dorme na garagem!
Pelo desaforo, Imediatamente teve a chave do veículo recolhida e por cima ainda recebeu três dias de suspensão no lombo!!!  


sábado, 4 de janeiro de 2014

Os sonhos e promessas de Cajazeiras para 2014

Quando será que Cajazeiras vai deixar de ser a cidade, que fica à beira da estrada só assistindo as outras passarem, para virar motor do seu próprio destino?
Como o tempo é senhor de todas as horas, por quanto tempo ainda teremos que esperar para que os nossos sonhos e as promessas feitas a todos nós serão concretizadas?
Em forma de poesia sem rima, escrevo os seguintes versos:
 O AEROPORTO é uma promessa de 5.213 dias, com seus 1.600 metros de asfalto construídos, que não permite voar a nenhum destino;
A UNIVERSIDADE FEDERAL DO SERTÃO uma luta 1.562 dias, que poderá resgatar a grandeza da terra da educação;
A não construção do NOVO FÓRUM sentencia uma injustiça para a cidade;
O IML é um corpo putrefato abandonado em uma rua da cidade aguardan-do um legista construtor;
A AVENIDA ALDO MATOS DE SÁ está interrompida num esgoto;
A ESTRADA DO AMOR continua deserta em suas licitações, nos seus encantos e devaneios;
A URBANIZAÇÃO DO AÇUDE GRANDE perde sete milhões de reais e emperra no CAUC/SIAFI, mas o por do sol continua lindo;
Não ter um CEMITÉRIO NA ZONA NORTE, obriga um defunto ser levado nos braços por até uma légua para a derradeira morada na Zona Leste;
Os conjuntos residenciais do programa do governo federal MINHA CASA MINHA VIDA não sabe onde fica Cajazeiras;
As CRECHES, iniciadas há quatro anos, quando concluídas não servirão para as crianças de hoje;
A PERIMETRAL NORTE, não se sabe que rumo tomou;
Os que transitam pela ESTRADA DE BOQUEIRÃO, SEM ASFALTO, continuam engolindo poeira;
   Enquanto não chega a NOVA ADUTORA DA LAGOA DO ARROZ, continuamos tendo racionamento d’água na ci- dade;
Sem um TOMOGRAFO PÚBLICO, o bolso dos pobres continua sendo saqueado;
Sem uma UTI NEONATAL nossas crianças morrem antes de chegar ao Riacho da Curicaca;
Sem a DELEGACIA DA POLICIA FEDERAL, o tráfico de drogas continua e se amplia:
Sem a VARA FEDERAL, a cidade de Sousa é o nosso destino mais próximo;
Duzentos milhões de reais para a CONSTRUÇÃO DO NOVO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO, com 200 leitos, alimentam a esperança de uma melhor saúde pública;
A abertura da AVENIDA JOÃO DE SOUSA MACIEL, pode ampliar os horizontes rumo ao sul da cidade;
Batentes, rampas, degraus, buracos, entulhos, postes, tapumes, bancas, cadeiras, tamboretes e outros trecos obrigam os transeuntes a disputarem os leitos das ruas com os carros, porque a cidade tem inúmeras CALÇADAS INTRANSITÁVEIS;

    Rogamos a padroeira de nossa cidade, Nossa Senhora da Piedade, que interceda por nós pa- ra que possamos realizar todos os nossos sonhos e que em 2014 seja um ano de muitas conquistas para o bem do nosso povo e da nossa gente.






José Antonio de Albuquerque, GAZETA DO ALTO PIRANHAS,
edição da semana 03 a 09 de janeiro de 2014.





RIGOROSIDADE


Em Sousa, na década de 90, o auditor fiscal da receita estadual de saudosa memória Francisco Chagas de Moraes exercia a atividade paralela de emprestar dinheiro a juros que todos nós conhecemos pelo pejo de agiota.
Certo dia, alguém o procurou precisando da quantia de NCr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros), por 30 dias. Altamente seletivo e rigoroso nos seus negócios, estudava a fundo o perfil de quem lhe procurava para tomar algum empréstimo.
- Passe amanhã de manhã, às 10 horas. – disse ele para seu novo cliente, ganhando tempo suficiente para analisá-lo. 
Passaram-se um dia, dois, três e, no quarto dia, apareceu o sujeito:
- Seu Chico, vim buscar o dinheiro que lhe falei emprestado.
- Empresto mais não! Você pra vir buscar o dinheiro você levou quatro dias e quando for me pagar?



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

EM GRAVE ACIDENTE HOMEM TEM A CABEÇA ARRANCADA DO CORPO



Na tarde dessa quinta-feira (02/01) aconteceu um grave acidente de trânsito na MA-119, rodovia estadual que liga as cidades de Vitorino Freire e Altamira do Maranhão,teve como vítima fatal  o vendedor ambulante Damião Pereira de Castro, 44 anos, natural  de Cajazeiras na Paraíba.

Damião, pilotava uma moto Biz de cor vermelha com placa de Bacabal, ele perdeu o controle da motocicleta entrou na contramão,batendo de frente contra um caminhão que trafegava no sentido contrário. Segundo parentes da vítima, Damião estava embriagado . 

O impacto da batida foi tão forte que o homem  teve a cabeça e a perna esquerda arrancada do corpo, a cabeça  foi arremessada a uma distancia de 20 metros do local do acidente.

Damião estava passando alguns messes no povoado São João do Grajaú ( Furo) ele trabalhava de vendedor ambulante no ramo de confecções , além dele, outras pessoas também de Cajazeiras –PB, estavam  na região  trabalhando no mesmo ramo. Após o acidente,  o corpo foi levado para o hospital em Vitorino Freire e em seguida encaminhado para a cidade natal no interior Paraibano.


O Sr.Flávio Bringel,proprietário do caminhão,  fez contato com a polícia,disse que seu funcionário está abalado psicologicamente,mas que nas próximas horas vai se apresentar.

Esse foi o segundo acidente de trânsito com morte em 2014 na cidade de Vitorino Freire, dia (01/01) José Sousa Rodrigues, 26 anos ,também perdeu a vida, ele estava bêbado, desrespeitou as  leis de trânsito e morreu após perder o controle da motocicleta.

Informações(Antônio Filho/Mirante AM)


Paixão e poesia

Por Francisco Frassales Cartaxo
    Há um século, as escaramuças religiosas e políticas entre Crato e Juazeiro assumiram dimensão estadual com repercussão nacional. Não é exagero. Em nome do padre Cícero, o deputado federal Floro Bartolomeu (foto), em conluio com o senador gaúcho Pinheiro Machado, chefão do Partido Republicano Conservador, rebelou-se contra o governo do Ceará. Coronéis, capangas, fanáticos e cangaceiros, comandados por Floro e abençoados pelo padre Cícero, apearam do poder o governador Franco Rabelo. Padre Cícero estava proibido de administrar alguns sacramentos, porque a Igreja considerou como falso o “milagre” da transformação da hóstia em sangue na boca da beata Maria de Araujo. Ele agarrou-se à “benção” que dava, diariamente, aos romeiros, da janela de sua casa.
Essa “benção” tornou-se então importante evento religioso. Religioso e político. Político? Exato. Ora, quando o conflito armado contra os rabelistas tomou corpo, padre Cícero passou a dar duas “bênçãos” por dia, tal a quantidade de gente em busca de proteção. E quem se envolvia na “guerra”, diretamente, ouvia estímulo especial. E isso não era pouca coisa. Romeiros viravam guerreiros. Guerreiros de Deus. Guerreiros do Padim Ciço, mais confiantes no manuseio da espingarda e do punhal, naquela “guerra santa”. Não que o padre do Juazeiro instigasse abertamente com palavras. Ao contrário, ele até ameaçava “quem roubasse, bebesse cachaça e desonrasse”. Tolice. Guerra é guerra...
Mas afinal, que tem isso a ver com paixão e poesia?
Tudo. José Joaquim de Brito, conhecido em Várzea Alegre como Zuza da Inácia, exercera, em governo adversário do padre Cícero, o cargo de delegado de polícia. Por isso, fez-se inimigo. Perseguido como muitos outros caririenses, Zuza da Inácia vendeu sua terras e outros bens, fazendeiro e comerciante que era, e veio de mala e cuia abrigar-se em São João do Rio do Peixe. Mais tarde, a família mudou-se para Cajazeiras a fim de facilitar os estudos dos sete filhos, rapazes e moças. Entre estas, uma jovem adolescente despertou o sentimento amoroso de um senhor circunspecto, bigode espesso, vasta cabeleira, farmacêutico formado no Rio de Janeiro, poeta e viúvo. Viúvo, ainda marcado pela morte precoce da jovem e bela esposa, sua prima.
Nessas circunstâncias, não lhe foi difícil encantar-se com a beleza daquela cearense de 16 anos que, diariamente, passava na calçada da sua farmácia. Na ida ao colégio e na volta. O poeta derramava em versos a paixão a enraizar-se no seu coração, povoando assim a viuvez solitária. Às escondidas, fez chegar às mãos da bem amada rimas transbordantes de amor. Um soneto por dia, durante muitos dias. Daria um livro.
Um dia decidiu. O viúvo, de 34 anos, decidiu. Amigo comum às duas famílias recebeu a missão de pedir a mão da menina em casamento. Teve sucesso, embora gerando certa frustração, pois os pais preferiam que a escolhida fosse a mais velha, então com 20 anos... Não. Não era Inácia. O viúvo queria Isabel. Aliás, só Isabel, a quem dedicara apaixonados versos. E assim, em 12 de setembro de 1921, casam Cristiano e Isabel. Ela no dia que completou 17 anos! Ele com o dobro da idade, exatos 34 anos.
Quase 20 anos depois eu nasci. Minha mãe nunca foi a Juazeiro agradecer a padre Cícero... E, coberta de razão, ela detestava Floro Bartolomeu.

PS – Aos leitores e leitoras desejo um 2014 de muita luz. Até na hora do voto.