domingo, 31 de julho de 2011

Vituriano de Abreu é campeão em ocorrências judiciais na Paraíba



      O currículo de quase metade (44%) dos deputados estaduais da Paraíba está “mancha- do” com ocorrências judiciais, de acordo com levantamento feito pelo Po- líticaPB com dados reti- rados da ONG Transparência Brasil. Dos 36 parlamentares paraibanos, 16 já foram citados na justiça e são responsáveis pela exis- tência de 34 processos, uma média 2,1 ação por deputado. Onze (32,35%) dessas ocorrências tratam de execução fiscal. O res-tante divide-se entre improbidade administrativa, crime contra fé pública, ação civil pública, entre outros. O campeão em processos judiciais é Vituriano de Abreu (PSC) com oito menções na justiça.  Vituriano é alvo de uma representação movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), duas ações de execução fiscal movidas pela União e pelo Instituto Nacional do Seguro Social e cinco ações movidas pela prefeitura de Cajazeiras por crime contra a fé pública. Em segundo lugar no ranking dos mais citados na justiça aparecem André Gadelha (PMDB) e Léa Toscano (PSB), cada um com quatro processos.  O peemedebista é alvo de uma ação de execução fiscal movida pela União, uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Estado da Paraíba e uma ação de execução movida pelo município de Sousa.  Além disso, André Gadelha foi condenado em ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal e União sob a acusação de participação em esquema de fraude em licitações quando vice-prefeito. A Justiça determinou a restituição da quantia desviada aos cofres públicos, o pagamento de multa no valor do prejuízo causado ao erário e a suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Ele recorre da decisão.  A socialista Léa Toscano é alvo de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal referente a irregularidades na locação de imóvel pela prefeitura de Guarabira, uma ação de execução de título extrajudicial movida pela União e uma ação de execução fiscal movida pela Fazenda Nacional.  Léa também foi responsabilizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades (ausência de licitação e inobservância de princípios constitucionais) na locação de imóvel pertencente a seu marido, Zenóbio Toscano.  Domiciano Cabral e Hervázio Bezerra, ambos do PSDB, aparecem em terceiro lugar no ranking com três citações na justiça, cada. Domiciano é alvo de três ações de execução fiscal movidas pela União. Já Hervázio é acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal, pela União e pelo município de João Pessoa e responde, ainda, a duas ações civis públicas.  Genival Matias (PTdoB) é responsável por dois processos na justiça. O deputado é alvo de uma ação penal movida pelo Ministério Público Federal por crimes contra a ordem tributária e uma ação de execução fiscal movida pela Fazenda estadual.  Os outros dez processos contra deputados se dividem entre:  Anísio Maia (PT) - É alvo de ação de execução fiscal movida pela Fazenda estadual; Antônio Mineral (PSDB) – Foi condenado a devolver aos cofres públicos o montante de R$ 1.140,17 em virtude de irregularidades na aplicação de recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) à prefeitura de Areia de Baraúnas em 2000;  Gilma Germano (PPS) – É alvo de ação de execução fiscal movida pelo município de João Pessoa; Guilherme Almeida (PSC) – Teve o mandato cassado por infidelidade partidária;  José Aldemir (DEM) – Foi condenado a ressarcir a Câmara dos Deputados em R$ 12.279,93 por uso de apartamento funcional depois do fim do mandato de deputado federal, além de pagar multa de R$ 4 mil. Por conta disso, seu nome está no Tribunal de Contas da União (TCU) Cadastro de Responsáveis comContas Julgadas Irregulares;  Márcio Roberto (PMDB) - Teve a prestação de contas da campanha de 2000 reprovadas e recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que manteve a reprovação;  Olenka maranhão (PMDB) - Acusada de fornecer alimento ou transporte gratuitos a eleitores; Ricardo Marcelo (PSDB) - Teve rejeitada sua prestação de contas da campanha de 2006;  Tião Gomes (PSL) - É alvo de ação por crime contra o patrimônio; Wilson Braga (PMDB) - É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal pelo recebimento de valor acima do teto estipulado para agentes públicos.  Sobre o levantamento - De acordo com o site Excelências, da ONG Transparência Brasil, as informações sobre ocorrências nas Justiças estaduais e nosTribunais de Contas dependem da disponibilidade de dados em cada Corte, havendo grande disparidade de estado a estado. Por isso, pode acontecer eventual ausência de menção a processo em que algum parlamentar é réu. Processos que correm em primeira instância só são incluídos quando movidos pelo Ministério Público ou outros órgãos públicos. No caso de contas decampanha rejeitadas, todas as decisões são assinaladas aqui (desde que o político não tenha obtido a anulação da decisão), mesmo que o parlamentar tenha corrigido o problema (no caso de erros formais, por exemplo).  São anotadas ocorrências relativas a homicídio, estupro e pedofilia, mas não são incluídos litígios de natureza privada (como disputas por pensão alimentícia), nem queixas relacionadas a crimes contra a honra (porque políticos são freqüentemente alvo desse tipo de processo). Assinalam-se inscrições na dívida ativa previdenciária e na lista de autuados por exploração do trabalho escravo. 
Nice Almeida PolíticaPB

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Faisqueira


Cabeludos
O Tiro de Guerra de Cajazeiras poderá não participar do desfile do Dia da Cidade porque o barbeiro que é pago pela Prefeitura não estaria cortando, conforme contrato, o cabelo dos atiradores. E o subtenente Almeida já tentou várias vezes junto à prefeitura resolver o problema e não tem conseguido e afirma que sem cabelo cortado o TG não desfila. Até numa simples questão desta tem engasgo, imagine no resto?
Alan Rodrigues
O empresário Alan Rodrigues, filho do ex-prefeito de Cajazeiras, Zerinho Rodrigues está tendo o seu nome lembrado para ser candidato a vice-prefeito de Cajazeiras na futura chapa da situação. Tem um nó a ser desatado: o PP, que quer indicá-lo, está rachado no meio e a outra banda está nas mãos da oposição (Zé Aldemir e Carlos Antonio). O sonho de Arlan poderá ser adiado, ou poderá se tornar real se for para outro partido.
Vespeiro
No último domingo, no Programa Trem das Onze, produzido e apresentado pelo jornalista Fernando Caldeira, direto da capital do Estado, o entrevistado foi o radialista e empresário Fabiano Gomes e quem acabou aparecendo no local foi o também radialista Adjamilton Pereira. Este gesto de Adjamilton foi entendido como um possível entendimento para a sua volta ao ninho do prefeito Carlos Antonio, de quem foi um fiel aliado durante mais de sete anos e que rompeu nas últimas eleições para prefeito.
Vespeiro 2
Durante a entrevista, Fabiano Gomes, teria recebido uma mensagem, via celular, da Dra. Denise (esposa de Carlos Antonio), defendendo o retorno de Adjamilton ao velho ninho. Tem um pequeno detalhe: a maioria esmagadora dos aliados de Carlos está com um pé atrás com esta negociação. Mas será que Adjamilton quer?
Prestigio
Perdeu-se a conta do número de prefeitos e de políticos que foram até a cidade de Joca Claudino, no último dia 23, para assistir a entrega do titulo de cidadão jocaclaudinense ao empresário João Claudino Fernandes. A quase totalidade dos políticos da região se prende também ao fato de que no próximo ano vão acontecer as eleições municipais e como Seu João tem sido um “paizão” para todos, “os meninos” aproveitaram para dar a benção a ele.
Prestigio 2
Vale ressaltar que de quase toda cidade tinha político da “situação” e também da “oposição” se bicando na festa, só que eram fotografados separadamente. Só Seu João para juntar este povo numa única festa.
Prestigio 3
Durante a solenidade o deputado estadual Antonio Vituriano de Abreu e o prefeito de Cajazeiras, Carlos Rafael se sentaram um ao lado do outro. Um curioso ficou observando os seus comportamentos e viu que não trocaram uma única palavra. Por educação ou será que está existindo alguma rusga?
Estranho
O prefeito Carlos Rafael esteve recentemente na cidade de Teresina, acompanhado do deputado estadual Antonio Vituriano de Abreu, em visita ao empresário João Claudino e ao retornar, circulou pelos sites da cidade, que Seu João iria dar a importância de dois milhões e meio de reais para reurbanizar a Avenida Joca Claudino.
Estranho 2
Teria havido um “ruído” de comunicação: o que Seu João teria “prometido” seria tentar uma emenda parlamentar, através do senador João Vicente, para reconstruir a avenida e de doar o terreno onde era o curral de gado de seu pai, para construir uma praça. A diferença entre uma notícia e outra está longe demais, mas enquanto existe vida, aí está a esperança. Será que o projeto já foi feito?

Impedimentos
Ainda constam no Cadastro Único de Convênio três impedimentos para que a prefeitura de Cajazeiras fique possibilitada de celebrar convênios com o governo federal: são as certidões negativas do INSS, do IPAM e prestação de contas de um convênio. Nos últimos meses a prefeitura fez repasses para o IPAM em valores aproximadamente de um milhão de reais, o que teria regularizado o débito, mas poderá até 60 dias para ter em mãos a certidão de adimplência do IPAM.


Moradores reclamam de abandono da Praça da Catedral

Quem passa pelo espaço se depara com plantas murchas e falta de limpeza.

A praça da avenida Padre Rolim (foto),  que fica ao lado da Igreja Matriz de Cajazeiras vive em completo abandono pela falta de cuidados da administração municipal. Quem passa pelo local, ou mesmo quem vai ao espaço para descansar, se depara com lixo, plantas murchas, gramínea destruída, orelhões quebrados, pichações e falta de conservação do local.  

Vários moradores do setor entraram em contato com a redação do Radar Sertanejo para denunciar o descaso.

A praça fica ao lado  da Igreja Matriz e da residência do Bispo Dom José Gonzáles. O lugar é um dos mais vistos pelas pessoas, haja vista  a movimentação intensa na avenida.

“É total o descaso com esta praça. As árvores precisam de poda, precisam serem regadas,  há muito lixo no local. As autoridades já foram infomadas, mas até agora nada foi feito.” Disse um morador à reportagem.
Fonte:Radar Sertanejo

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Filial das Lojas Americanas será inaugurada no mês de Novembro em Cajazeiras

A cidade de Cajazeiras ganhará uma filial das lojas Americanas que funcionará no Cajazeiras Shoping.
A inauguração está sendo preparada para o mês de Novembro junto com o término das  ampliações que estão sendo feitas..
Segundo o proprietário do Cajazeiras Shoping o empresário João Araújo, serão gerados cerca de 250 empregos diretos e indiretos que contribuirão para o desenvolvimento da terra do Padre Rolim.
Conheça mais um pouco das Lojas Anericanas:
Lojas Americanas (LASA) é uma empresa brasileira do segmento de varejo fundada em 1929 na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, pelo Austríaco Max Landesmann e pelos norte-americanos John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger. Atualmente, a empresa conta com mais de 465 estabelecimentos de vendas em 22 estados do Brasil e também no Distrito Federal.
A Lojas Americanas tem sua sede na cidade do Rio de Janeiro e conta com 3 centros de distribuição, emNova Iguaçu (Rio de Janeiro), Barueri (São Paulo) e Recife (Pernambuco).
É controlada por três empresários: Jorge Paulo LemannMarcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, o mesmo trio que comanda a Inbev (antiga AmBev), GP InvestimentosAmérica Latina Logística e outros grupos. A rede comercializa mais de 80 mil itens de quatro mil empresas diferentes.
Em janeiro de 2007 a Lojas Americanas adquiriu a operação brasileira da rede de vídeo-locadorasBlockbuster por R$ 186,2 milhões e adaptou as lojas ao modelo Americanas Express.
Através do programa de expansão “Sempre Mais Brasil”, que prevê a abertura de lojas em todos os estados brasileiros até 2013, a rede pretende se tornar a primeira empresa varejista com presença em todo o território nacional.
Blogdofurao com Wikipédia

domingo, 24 de julho de 2011

Pedro Lins, o literato


Lançamentos de terceiros no Instituto

O Salão Nobre do Instituto – Auditório Humberto Nóbrega – tem sido palco de lançamentos de vários livros de autores paraibanos, em sessões especiais, com grande comparecimento de sócios e convidados.


Em 17 de fevereiro, o escritor e genealogista João Cunha Rolim lançou seu livro São José de Piranhas – Anotações para a sua História, o qual foi apresentado pelo escritor Geraldo Gustavo de Almeida.

No dia 14 de julho, o escritor Pedro Lins de Oliveira lançou o livro de crônicas de sua autoria intitulado Sombras de um Passado, sendo apresentado pela confreira Rosilda Cartaxo.

O escritor conterrâneo Carlos A. Azevedo lançou seu livro editado em Portugal, sob o título Herdeiros do Medo, romance histórico passado naquele país. Foi apresentado pela professora Zélia Almeida.

Em novembro, em sessão especial, foram lançados vários livros. O escritor Natanael Sarmento apresentou seu livro História da Nova Lusitânia, um olhar do vencido.

O vereador Fabiano Villar fez a apresentação do livro de crônicas do Padre Assis, intitulado Crônica das 12.

O escritor Fernando Coelho lançou seu livro A OAB e o Regime Militar, tecendo comentários sobre a atuação da Ordem dos Advogados do Brasil durante a ditadura militar.


A Casa da Cidadania tem agora o nome Pedro Lins de Oliveira no Bairro de Manaíra – interior do Shopping - João Pessoa,


O PROJETO DE LEI
Publicada no Diário Oficial de 13/07/2011
Autoria: Do Deputado Branco Mendes
Ementa: Denomina de Pedro Lins de Oliveira, a Casa da Cidadania localizada
no Bairro de Manaíra – interior do Shopping Manaíra, situada no Município
de João Pessoa, neste Estado.
Projeto de Lei nº 124/2011

A SANÇÃO DO GOVERNADOR
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica denominado de Pedro Lins de Oliveira a Casa da Cidadania
localizada no Bairro de Manaíra – interior do Shopping Manaíra, situada no Município de João
Pessoa, neste Estado.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA, em João Pessoa,
12 de julho, de 2011; 123º da Proclamação da República.Lei nº 9.397 de 12/07/2011

O vaso de flores

Pelos idos da década de 1960, papai, aconselhado por mamãe, resolve me dar um “emprego” no Armazém Paulista que ficava logo no começo da Rua Epifânio Sobreira, um edifício de quatro pisos que, na época, rivaliza com a velha rodoviária Antonio Ferreira, como os dois mais altos prédios de Cajazeiras. O gerente era o finado Antonio Dunga e eu fui nomeado “sub-gerente”, todavia a minha maior responsabilidade era recolher o livro de ponto às oito horas em ponto para que funcionários retardados tivesse o dia descontado.
Ganhava Cr$ 1 (um cruzeiro)! Não era pouco para uma criança e assim mesmo com os gastos de sorvetes e cinema (parque e circo eu não pagava, pois como filho do prefeito tinha acesso gratuito) ainda me sobrava dinheiro.
Chega o dia das mães, com dinheiro poderia me dar o luxo de comprar o presente sem precisar de socorro financeiro de papai. Tem orgulho maior para uma criança do que comprar o presente para sua  mãe neste dia?
Pensei com os meus botões e nada me vinha à mente, chegou sábado e não achava o presente ideal. Sábado dia de feira na cidade e, pensei, lá, certamente, encontrarei o presente. Rodei na feira e não achava nada... Panelas e potes de barro, brinquedos rústicos, literatura de cordel para todos os gostos, roupas, quase que só de chita e cáqui, chapéu de palha, e mil coisas mais, mas eu não achava o presente. Quando já desesperançado em frente á sapataria de Manoel Caiçara na Rua Juvêncio Carneiro, logo ao entrar na rua pela Praça Coração de Jesus, encontro uma velha tão gorda e baixa que mais parecia um metro cúbico de carne vendendo flores. Mas que flores? Uma lata de tinta usada revestida de papel celofane cheia de areia com flores e seus talos feitos de arame, também ambos revestidos de papel celofane.
O presente não era tão feio. Tornou-se. Na alegria de ter encontrado o presente, sai correndo para casa. Menino não anda, corre. Quando eu dobro o canto da Travessa Santa Teresinha que bem no meio, em frente à livraria do finado Horácio Alves, tinha uma fossa grande, até construída na administração municipal de papai, que ficou mais alta que o calçamento, propiciando aos mais apressados a oportunidade de tropeçar. E foi o que aconteceu comigo. Fui para um lado e a lata, oppss, o vaso de flores para outro deixando-o com várias avarias. Ah, isso não é problema, joguei a terra que foi esparramada pelo chão de volta à lata, oppss, o vaso de flores, enfiei de volta os arames, ooppss, os ramos de flores no vaso e voltei a correr para casa, era a casa nova da  Rua Victor Jurema, uma casa grande, a maior e a melhor que morei em Cajazeiras, e escondi o presente na garagem.
Dia seguinte, domingo, Dia das Mães, vou buscá-lo e entro solenemente em casa para entregá-lo à mamãe, a emoção dela foi grande, principalmente quando soube que o presente tinha sido comprado com economias do meu trabalho. Mamãe nem viu o estado deteriorado pelo acidente de percurso, ou melhor, não deixou transparecer.
Empolgado, fiz uma só exigência: “Mamãe queria lhe pedir que guardasse o presente em cima da geladeira” e assim ela fez.
Aí, está o bom da história, as visitas que apareciam lá por casa e vendo a casa toda arrumada e chique, estranhava aquela monstrengo que destoava em cima da geladeira e perguntava: “Teresa, o que aquela presepada em cima da geladeira?”. Mamãe, afobada, fazia sinal de silêncio e cochichava: “Foi o presente do dias das mães do meu filho!
E lá permaneceu por bom tempo, assustando as visitas.

domingo, 17 de julho de 2011

Cordel: Eu fui a Romaria de Bosco Barreto ao Padre Cícero









 









O dia em que conheci o peripatético Bosco Barreto!

Eram tempos de obscuridade. Não havia li- berdade de pensamento. Eu morava no Maranhão, mas todos os anos eu vinha para a Semana Universitária e, invariavelmente trazia al- guns amigos maranhenses. O rancho ou era na casa do Tio Waldemar ou na casa de papai se ele tivesse e- xercendo mandato político e consequentemente com residência na boa terra.
Numa destas, não dar para precisar bem o ano, houve um quiprocó dos diabos na SORVEDRINKS (corrijam-me se não era o nome do Bar da Dorinha Montenegro) na esquina da Rua Tenente Sabino com a Travessa Francisco Bezerra (rua do antigo Hotel Oriente).
O bar era bem movi- mentado, a juventude em peso, na parte da travessa em frente ao bar e as duas calçadas eram ocupadas por mesas sempre lotadas de clientes, impendindo os car- ros de chegarem à Rua Juvêncio Carneiro, ou seja, tinham que dobrar à esquerda para a Rua Joaquim Peba. Numa bela noite, um jovem engraçadinho, filho do delegado da cidade, num gesto petulante e irresponsável resolve atravessar a rua entre as mesas, o que provocou cizânia enorme. O leão-de-chacára da Dorinha não titubeia e dar uns petelecos no atrevido rapaz que não reagiu, sob pena de ser surrado pelos frequentadores do bar. Foi embora sob um vaia estrondosa! E não que, mais petulante e ainda mais irresponsável, veio o delegado e arrumou o maior pandemônio, claro que deixou os presentes revoltados.
Era a deixa que Bosco Barreto precisava. No outro dia, passou a usar todos os meios disponíveis para desancar o arbitrário chefe de polícia. E o fato tomou dimensões tais que o então Secretário de Segurança do Estado veio a Cajazeiras tentar por panos mornos no episódio.
Bosco Barreto discursando, ao seu lado
Edme Tavares e Epitácio Leite Rolim

O Secretário de Segurança decidiu ir atè a casa da Dorinha para ouvi-la sobre o entrevero. Eu e os amigos do Maranhão estávamos  na casa do Tio Waldemar quando ouvimos a Rádio Alto Piranhas que que estava cobrindo todo o imbróglio, anuncia (ficava da Sorvdrinks logo depois [já esquina da travessa com a Rua Juvêncio Carneiro). Bosco, matreiro, vai também. E o Secretário começa ao vivo pelas ondas da rádio falar com a Dorinha, à guisa de desculpas, e Bosco se intrometendo com as mais variadas diatribes! Conseguiu o que queria! O secretário cai na esparrela de indagar ao Bosco o que ele tinha feito à Cajazeiras. Não deu outra, Bosco endiabrado pega o microfone da rádio e inflamado começa o seu discurso dramático:
- O que é que fiz, o que é eu que faço, Cajazeiras...?
- Lutar contras as arbitrariedades da truculência...
- O que é que fiz, o que é eu que faço,  Cajazeiras...?
- Lutar contra o Decreto 447 que cerceia a liberdade de expressão dos estudantes brasileiros.
E assim continuou com as catilinárias contra o regime, comportamento não usual e nem tolerado pelos militares.
Acostumado eu às obsequiosas abstinências políticas partidárias já que morava no Maranhão, este homogêneo politicamente sob à liderança do eterno José Sarney, fiquei deveras arrepiado com a ousadia do conterrâneo. Impressionou o audaz político.
Era o auge da carreira brilhante, mas efêmera do líder Bosco Barreto.

Ascensão de Edme Tavares e declínio de Bosco Barreto

Do Livro "Do Bico de Pena à Urna Eletrônica. "Páginas: 343-345

Em artigo anterior, mostrei que na eleição de 1982 o PDS teve os três candidatos a deputado estadual mais bem votados em Cajazeiras: Antônio Quirino, Bosco Barreto e José Lacerda. Juntos eles somaram 12.586 votos, isto é, 66% da votação do total apurado naquele ano. Os candidatos a deputado estadual do PMDB de Cajazeiras tiveram juntos, 1.800 votos, nessa ordem: José Leite (786 votos), Tarcizo Telino (708) e José Aldemir (306). O desequilíbrio foi gritante, como já comentei várias vezes, em função do forte poder do PDS, da migração da maior liderança oposicionista de então, e também, da obrigatoriedade de votar num único partido.
A pulverização de votos em dezenas de candidatos ocorreu em 1982. É fenômeno antigo, portanto. Setenta e seis candidatos a deputado estadual receberam sufrágios em Cajazeiras. Isso mesmo, setenta e seis! Da região concorreram nove candidatos (os seis já citados e mais José Dantas Pinheiro, Francisco Ferreira e José Andriola). Eles somaram 14.842 votos, ou seja, 785 do eleitorado votante, que foi de 18.955, naquele ano. O restante entrou para o habitual pinga-pinga.
De todos eles (afora Zé Lacerda que sempre se reelege), apenas Antônio Quirino teve sucesso. Ampliou sua votação, beneficiada pela ascensão de Edme Tavares à câmara federal e a prestígio que o exercício do primeiro mandato lhe deu, ainda que na condição de terceiro suplente do PDS.
Bosco Barreto selou seu declínio político em 1982. Sua meteórica carreira teve início dez anos antes, quando postulou a prefeitura, no embalo da batalha judicial que levou à inelegibilidade o então candidato da ARENA, Higino Pires Ferreira. Gineto foi substituído na chapa governista pelo advogado Quirino de Moura. Venceu Quirino, contudo, Bosco quase empatado com ele. Corre até que os votos mergulhados nas urnas lhe teriam sido favoráveis, mas por misteriosos caminho emergiram nos mapas com sinais trocados. Lenda, dizem uns. Melhor para Cajazeiras, recordam outros, aduzindo que a prefeitura nas mãos de Bosco teria sido uma tragédia.
Em 1974, Bosco é eleito deputado estadual e exerceu, com a irreverência de estilo, seu único mandato eletivo. Como deputado, em 1978, tentou a prefeitura, com Acácio Braga Rolim em sublegenda. Dois anos após, disputou o senado na sublegenda de Humberto Lucena (MDB). Obteve em Cajazeiras 5.732 votos, contra 7.547 dados a Ivan Bichara Sobreira.
Ivan acabara de sair do governo, marcado para a derrota.
Por quê? Porque houve forte cisão na ARENA provocada pela escolha de Tarcísio Burity para governador da Paraíba. O então deputado arenista Antônio Mariz decidiu disputar com Burity no colégio eleitoral. Conduta rebelde reprovada pelos militares. Um escândalo. O processo culminou com tumultuada eleição, indireta, de acordo com a regras do regime militar. Mariz, perdeu, mas saiu da refrega como liderança popular de dimensão estadual. Carregado de mágoas, comandou a dissidência que terminou por dar a vitória a Humberto Lucena. Lances significativos deste pedaço da história política da Paraíba estão em meu livro Política nos Currais, escrito no calor do resultado da eleição de 1978.
Bosco Barreto discursando, ao seu lado
Edme Tavares e Epitácio Leite Rolim
 Naquele ano, Bosco Barreto lançou o então vereador Constantino Nogueira como candidato do MDB a deputado estadual, para preencher um vazio no campo oposicionista, mas fracassou. Nogueira obteve em Cajazeiras, apenas 2.739 votos, frente aos 4.313 dados a Quirino e 4.064 a Edme Tavares.
A eleição de 1982 marcou a ascensão de Edme Tavares à Brasília, onde exerceu, oito anos seguidos, o mandato de deputado federal. Selou, também, a decadência política de Bosco Barreto que, ao tornar-se governista, virou peixe fora d’água.


sábado, 16 de julho de 2011

FORÇAS MISTERIOSAS CONSPIRAM CONTRA CAJAZEIRAS

FORÇAS MISTERIOSAS CONSPIRAM CONTRA CAJAZEIRAS
Do livro Cajazeiras, Nas Crônicas de um Mestre-Escola, pags. 99 a 101
Professor Antonio José de Sousa
Serrote do Jatobá, hoje Monte do Cristo Redentor
Esta localidade que surgiu nas matas do vale do Rio do Peixe, no extremo-oeste do sertão paraibano, ao sopé do serrote do Jatobá, hoje Monte do Cristo Redentor, teve sua origem com a construção do açude e a edificação da casa da fazenda Cajazeiras sob a administração do seu proprietário VITAL DE SOUSA ROLIM.
No local da primitiva casa da fazenda Cajazeiras, à margem do açude, onde está edificado hoje o mais elegante clube da sociedade local, nasceu a cidade que ensinou a Paraíba a ler. De simples fazenda chegou a ser elevada a povoação, vila e cidade, graças ao rápido desenvolvimento de seu progresso, motivado pela presença da assistência espiritual e educacional, que lhe fora proporcionada por Mãe Aninha, com a edificação da Capelinha de Nossa Senhora da Piedade, e pelo Padre Mestre Rolim, com a instalação de sua escola, que se tornou colégio, o primeiro em todo o Estado da Paraíba.
É esta a base da edificação de nossa cidade. A cidade dos Gomes, dos Lins, dos Albuquerque, dos Souza, dos Rolim, dos Cartaxo e dos Bezerra. Cidade de uma história bonita, que teve a sua origem às margens do Riacho das Capoeiras, nas terras secas do Vale do Rio do Peixe, sob a inspiração da família cristão, e as bênçãos do Sacerdote de Cristo.
Localidade esta que fora moldada em torno da Capelinha de Nossa Senhora da Piedade, a casa de conversação com Deus, para o alimento espiritual da alma. Cidade que nascera ao beiral de um Colégio, a casa da instrução e do saber para educar, dando o alimento da cultura e a luz da ciência às criaturas humanas. Núcleo social que se instalou às margens do açude, reservatório de água, líquido precioso, que alimenta a vida material do homem, dos animais e das plantas.
Uma cidade assim, que tem a sua origem assentada sobre o alicerce de sólida estrutura espiritual, moral e social, não pode jamais ficar exposta às influência maléficas, que agem às ocultas, sob capa misteriosa, escudadas na covardia, jogando os torpedos da destruição de seu progresso e da sua civilização.
Querem destruir Cajazeiras colocando uma pedra no caminho do seu desenvolvimento. Até parece que para isto se acha em marcha uma vasta conspiração. No ano passado, o ano do seu Primeiro Centenário de município, suspenderam o tráfego ferroviário que lhe trouxera progresso e civilização durante mais de 40 anos. Negaram-lhe o direito de ser a sede da Quarta Residência do DNOCS. Abriram as comportas da Barragem do Piranhas. Esvaziaram  o reservatório de água, com que propósito não sabemos, mas a maldade humana julgou que poderia ser uma determinação perversa para prejudicar o abastecimento de água da cidade, que se acha em vias de conclusão.
Para completar a nefasta obra de hospitalidades à terra do Padre Rolim, numa atitude humilhante para o povo desta cidade e das regiões circunvizinhas, mandaram arrancar e retirar os trilhos da estrada de ferro que Epitácio Pessoa deu de presente à Cajazeiras, quando presidente da República, no ano do Centenário da Independência do Brasil, em 1922.
Agora. No ano de 1965, depois de 43 anos que a nossa terra e a nossa gente se beneficiam com o serviço do tráfego ferroviário, que tanto bem tem feito aos que habitam nesta região, justamente no ano centenário do nascimento de Epitácio Pessoa, quando, como homenagem ao grande paraibano e ilustre brasileiro desaparecido, se deveria aperfeiçoar e intensificar o serviço de trem como transporte popular, foi decretada a extinção da nossa estrada de ferro, construída e inaugurada pelo governo do presidente Epitácio Pessoa, representando uma dádiva de sua brilhante administração, que impulsionou o nascer e crescimento de uma nova era de prosperidade e grandeza, não só para a nossa cidade, mas para todo sertão do Alto Piranhas.
Felizmente, segundo estamos informados, o Sr. Prefeito do Município, que se achava ausente de Cajazeiras, logo que chegou tomou as providências cabíveis no caso, e conseguiu paralisar o arracamento dos trilhos
O Chefe da Edilidade Municipal, Sr. FRANCISCO MATIAS ROLIM, em companhia do Monsenhor VICENTE DE FREITAS, esteve em Campina Grande, na última segunda-feira, onde se encontrou com o Ministro da Viação, levando ao seu conhecimento o que se estava passando em Cajazeiras.
Desse encontro com o Ministro da Viação ficou acertado novo encontro em Fortaleza, sede da RVC, para a solução do caso do nosso trem, amanhã, 9 de abril.
Vamos aguardar, fé em Deus e confiança nos homens o resultado dos entendimentos dos nossos representantes, com o Ministro da Viação e os Diretores da RVC, para a definitiva solução do caso do nosso trem, o trem que Epitácio nos deu e tanto contribuiu para o desenvolvimento em Cajazeiras.
Cajazeiras, 8 de abril de 1965