segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Primeira Comunhão de D. Moisés Coelho

O nosso primeiro bispo, o cajazeirense D. Móises Coelho, recebeu a primeira comunhão das mãos do Padre Inácio de Sousa Rolim, fundador da cidade de Cajazeiras.
Foi o Padre Rolim o responsável pela inclinação de D. Moisés para o ministério sacerdotal, talvez uma premonição da criação da futura dioceses de Cajazeiras, a segunda da Paraíba e uma das primeiras do interior do Nordeste, já que em 1914, no dia 6 de fevereiro, São Pio X cria a nossa diocese e neste mesmo ano, no dia 6 de novembro, o Papa Bento XV, nomeia o 1º bispo de Cajazeiras, Dom Moisés Coelho, que toma posse no dia 29 de junho de 1915, na Matriz Catedral, a antiga capela de Mãe Aninha, que já havia passado por uma grande reforma no ano de 1888 e outra em 1915, quando foi instalada a diocese. Premonição ou não, não há um cristão que duvide de que a honrosa escolha se deveu ao prestígio do Padre Rolim.
Da obra “Perfil Biográfico de Dom Moisés Coelho” do Prof. Cônego Major PM Eurivaldo Caldas Tavares - 1977


Domingo: Açude aumenta sangria em CZ; cai árvore no centro da cidade.


As fortes chuvas que caíram no município de Cajazeiras neste final de semana aumentou ainda mais a sangria do Açude Grande no centro da cidade. 




Segundo alguns observadores, o manancial que é de responsabilidade do DNOCS, já está com lamina de quase15 centímetros.
Na manhã deste domingo (27), muitos moradores se dirigiram ao local para contemplar a beleza natural do principal e histórico reservatório de água da terra do Padre Rolim.
Em meio à cobertura do Diário do Sertão, a reportagem fotografou várias crianças tomando banhos na sangria do açude, muitos que ali estavam ficaram preocupados, pois o manancial não oferece condições para o banho. (Vários esgotos de Cajazeiras deságuam no açude).
Também neste domingo, uma arvore caiu no centro da cidade, nas proximidades da antiga rodoviária. Segundo informações de moradores, parte da arvore veio abaixo devido à forte chuva que caiu na madrugada deste sábado para o domingo.
Graças a Deus não aconteceu nada, pois não tinha ninguém na região e a arvore caiu na parte da rua. Se tivesse caído em cima de algum comércio seria um prejuízo grande”. Disse Maurício Pereira, morador das proximidades da fatalidade.

DIÁRIO DO SERTÃO

MAIS FOTOS:


FENERD 2010 - MUNDO PASSAPORTE


MATÉRIA EXIBIDA NO PROGRAMA MUNDO PASSAPORTE SOBRE O FENERD 2010, REALIZADO NO TEATRO ICA EM CAJAZEIRAS - PB NOS DIAS 13, 14 E 15 DE AGOSTO DE 2010.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

9º FENERD-FESTIVAL NORDESTE DE DANÇA DE RUA EDIÇÃO 2010 (Programação)

13 Á 15 DE AGOSTO/2010
TEATRO IRACLES PIRES
CAJAZEIRAS-PARAÍBA-BRASIL

EVENTO TRADICIONAL QUE REÚNE GRANDES NOMES DA DANÇA DE RUA NACIONAL, ALÉM DE GRUPOS DE OUTROS ESTADOS DO BRASIL,

MOSTRA COMPETITIVA DE DANÇA DE RUA:
SOLO; DUO; TRIO; CONJUNTO. (GRUPO);

PRÊMIO EM DINHEIRO PARA A COMPETIÇÃO DE CONJUNTO (GRUPO).

1º lugar - R$ 1500,00
2º lugar - R$ 1000,00
3º lugar - R$ 800,00

TAMBÉM FORAM AGRACIADOS RESPECTIVAMENTE COM UM PRÊMIO EM DINHEIRO OS MELHORES EM:

- COREOGRAFIA JÚRI ARÍSTICO R$ 300,00
- COREÓGRAFO R$ 200,00
- MELHOR DANÇARINO R$ 100,00
- MELHOR DANÇARINA R$ 100,00

MOSTRA DE VÍDEO DANÇA, PALESTRAS, DEBATES E OFICINA DANÇA DE RUA (FREESTYLER) COM MARCELO CIRINO precursor da dança de rua no Brasil e DIRETOR E COREÓGRAFO DA CIA. DANÇA DE RUA DO BRASIL DE SANTOS-SP.
Marcelo Cirino também é coreógrafo do projeto Criança Esperança a 15 anos um projeto da UNICEF;
INFORMAÇÕES E INCRIÇÕES:
JOEL SANTANA CEL: 83-9128-6094
MSN: joelsantanadrp@hotmail.com
Realização: GRUPO DANÇA DE RUA DA PARAÍBA


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O elogio ao homem-médico Dr. Waldemar Pires Ferreira por ocasião do transcurso do centenário de seu nascimento

 Dr. Waldemar Pires Ferreira nasceu em Cajazeiras, na Rua Padre Rolim, em 9 de fevereiro de 1911. Era o primogênito do casal Galdino Pires Ferreira (Major Galdino) e Crisantina Pires Sobreira Cartaxo Rolim (D. Cartuxinha). Seus avós paternos eram por parte de pai, Lindolfo Pires Ferreira (Major Lindolfo) e Leopoldina Bandeira Pires Ferreira (Mãe Maroca), o primeiro natural de Umari-PB, e a outra pernambucana da Ilha de Itamaracá que residiam em Sousa. Seus avós maternos eram Hygino Gonçalves Sobreira Rolim (Major Hygino) e Ana Cartaxo Rolim (Mãe Nenzinha) ambos cajazeirenses. Eram seus irmãos: Hygino Pires Ferreira (Dr. Gineto), Graciette Pires Maia (D. Ciete), Diva Pires Cordeiro, Maria Antonieta Pires (Tizinha) e Dr. Lindolfo Pires Ferreira (Dr. Lineto), com exceção do último, todos já falecidos.
Aprendeu suas primeira letras com seu pai, após o trabalho, em que me dizia que a boa aprendizagem começa em casa. Posteriormente estudou na escola do Prof. Crispim Coelho e outros educandários em Cajazeiras, que entre outras professoras existiu, segundo me contou, uma de nome D. Alcides, que ele muito apreciava e sabedor de que seria solteira, segundo me contou, chegou a pedi-la em casamento com menos de dez anos, ocasião em que foi severamente repreendido conforme os severos costumes da época. Seus contemporâneos nesse período que lembro mais foram, além de seu irmão Gineto, Dr. João Guimarães Jurema (futuro procurador da República) Antonio Guimarães Moreira, Prof. de Direito da UFPB, Mons. Vicente Freitas e Antonio da Costa Assis (Tota Assis). Depois estudou em diversas escolas de centros mais adiantados, concluindo Humanidades (o atual segundo grau) no Lyceu Paraibano, onde, dentre outros, foi colega do futuro governador Ernani Satyro.
Prestou vestibular e foi aprovado na Faculdade de Medicina da então recém formada Universidade do Brasil, em que os cursos superiores do Rio de Janeiro foram cingidos em tal nome. Sua faculdade, ainda existente, situa-se na Praia Vermelha, então o mais prestigiado centro de medicina do País. No cursar dessa academia, assistiu ao desenrolar da Revolução de 1930 em seu principal cenário.
Formou-se em 1934, sendo, com 23 anos, o mais jovem da turma. Depois dedicou-se a preparação e defesa de sua tese de doutorado, que versou sobre tuberculose, naturalmente na fase pré-antibiótico. (Ele afirmava que antes do antibiótico, os médicos eram mais expectadores que curadores dos pacientes; este tinha trazido mais dignidade à profissão de médico). Sua tese de doutoramento foi elogiada e publicada pelo Governo do Estado da Paraíba.
Entre seus professores destaca-se o eminente Dr. Miguel Couto que dá nome a um dos maiores hospitais do Rio de janeiro. Entre seus numenrosos colegas contemporâneos cito Dr. Rinaldo De Lamare (Pediatra), Jorge Marssilac (que depois seria fundador do Hospital do Câncer), Pedro Bloch (futuro dramaturgo), Arthur da Távola (futuro Senador) e Noel Rosa (compositor, que abandonou o curso).
Embora reconhecido e solicitado para prestar seus serviços na Capital Federal (que todos os anos visitava), decidiu voltar para seu Estado, por ter a convicção que sua terra precisava mais de seus serviços que a Capital Federal. Tendo a noção que Cajazeiras já se destacava na medicina daqueles tempos, optou por vir a prestar seus serviços na terra de seu pai, Sousa, aonde residia sua avó materna. Desse tempo, tem-se a notícia que cunhou o nome de "Cidade Sorriso" para Sousa, como chamam-na até hoje, por decliná-lo em um discurso proferido num 7 de setembro, enquanto lá residia. Como existia o transporte ferroviário daquela época, utilizava-o para prestar seus serviços e participar da vida social na região. Tem-se notícia que dançava bem, especialmente o tango. Tanto que mais tarde, recém-casado, visitou Buenos Aires, sua única viagem além fronteiras.
Falecida sua avó em Sousa, seus pais o chamaram para vir desempenhar suas funções em Cajazeiras, e lhe ofereceram o consultório medico que usaria até o fim de sua carreira, à Praça João Pessoa nº 40, onde ele trouxe o primeiro laboratório de análise (naqueles tempos o médico deveria ser multifunção) e pouco depois o primeiro aparelho de Raios X da região, de 50.000 amperes. Dois avanços enormes, se considerados à época. Nesse tempo, começou a trabalhar onde seria sua primeira casa: o Hospital Regional de Cajazeiras, recém fundado. Também naquela casa, viria a conhecer, visitando um doente, uma parenta sua que viria a ser sua futura esposa, Iracles Rolim Brocos, com que viria após se casar, ser conhecida na cidade como Ica Pires, que dispensa apresentações.
No HRC, Dr. Waldemar viria a desempenhar todas as funções destinadas a um médico: diretor, vice-diretor e, principalmente, médico plantonista, cirurgião e clínico, juntamente com outros ícones da nossa Medicina, que fizeram de Cajazeiras, o centro de referência e excelência em toda a região, inclusive Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e todo o oeste da Paraíba, em que pacientes eram para cá encaminhados - diferentemente do que se sucede hoje, as ambulâncias vinham. Estava entre ilustres colegas, como Otacílio Jurema, José Jurema, João Isidro, Celso Matos, Deodato Cartaxo, Sabino Rolim Guimarães, Julio Bandeira e Epitácio Leite, alcançando a próxima geração de médicos, que cito Iemirton Braga, Francisco Guimarães e Deusdedt Leitão, tendo a certeza de cometer omissões imperdoáveis. Esses, e os que não me recordo, fizeram a diferença e colocaram Cajazeiras num patamar invejável no sertão da Paraíba e circunvizinhanças, somente seria superado pelo Cariri Cearense depois de décadas.
Depois de casado, foi residir por alguns anos na casa de seu falecido sogro, próximo a antiga Estação Ferroviária e perto do HRC, que o tornava, abstêmio e sem outros vícios, sempre à disposição daquela casa de saúde. Na casa nasceram seus dois filhos com Ica, Jeanne em 1954, e eu em 1956: Saulo Péricles (Pepé - apelido herdado de meu tio Péricles falecido em 1952, grande amigo do Dr. Waldemar). Posteriormente a família se mudou para a praça Galdino Pires, vizinho a seus pais, onde resiram, quase todo tempo, até o falecimento de Ica, em 1979. Foi sócio fundador do Rotary Club de Cajazeiras, e presidiu o Cajazeiras Tênis Clube na década de 1950.
Já na década de 1960, ou no final da anterior, foi admitido como medico no SAMDU, posteriormente mudado de nome para INPS, que mantinha nesta cidade um posto de saúde funcionando 24 horas para serviços ambulatoriais e de emergência, onde foi plantonista até se aposentar compulsoriamente aos 70 anos em 1981, continuando no HRC até o começo da década de 90 em que logo depois desenvolveu a Doença de Alzheimer, que acomete muitos nossos familiares, e que haveria de matá-lo em 20 de outubro de 1996.
Após o falecimento de Ica, casou-se com Ilma Rodrigues, com quem teve um filho: Waldemar Pires Rodrigues Júnior, Hoje com 30 anos.
Tem como netos Mariana Pires Borsoi, nascida em 1981, arquiteta; Gabriel Pires Borsoi, em 1982, arquiteto, filhos de sua filha Jeanne com o também arquiteto Marco Antônio Borsoi, ambos nascidos em Recife e arquitetos; Lívia Pereira Brocos Pires nascida em 1982, dentista, Waldemar Pires Ferreira Neto, nascido em 1983, Mestre em Ciências da Computação, e Marina Pereira Brocos Pires, nascida em 1988, estudante de Farmácia, filhos de Saulo Péricles com a pedadoga Delmira Pereira Brocos Pires, todos cajazeirenses.
Resumidamente esta seria a vida de Dr. Waldemar Pires, mas existem muitos fatos, em que por se tratar de um elogio a sua vida e obra, não posso deixar de expor.
Primeiro uma rara qualidade, que por muito tempo foi tomada como defeito, o de não saber cobrar por seu trabalho: agora que se pode ter uma visão menos imediata, ele tinha compromisso apenas com a cura dos seus pacientes, sendo o pagamento uma mera e conseqüência sem tanto valor como o que se dá hoje. Decerto, às vezes, quando o paciente não dispunha de recursos, ele chegava a dar o dinheiro para o medicamento, sem nunca ter cobrado algo em troca, como por exemplo apoio político, como o fizeram vários de seus colegas, infelizmente prática estabelecida, de uma forma mais ou menos velada, até hoje.
Outra faceta me meu pai era seu proverbial esquecimento: mas, característica familiar decorria de algo me dito por um primo meu da nossa família Pires: somente esqueço o que não é importante. Apesar de não saber onde estaria seu carro, seus óculos (tinha vários reservas) não se conhece ele ter esquecido uma pinça, tesoura ou outro objeto em um paciente seu, muito menos ter errado sua medicação. No final de sua carreira, ante as novas marcas e medicamentos disponíveis, ele elaborou um “resumo da medicina” onde havia a doença e o medicamento correspondente, pois quando ele se formou, era o tempo de fórmulas manipuladas, em que ele era expert, e não as marcas comerciais.
Isso, sem contar seu excepcional saber cultural em vários campos e níveis, que eu, por herança, tento acompanhar sem ao menos sonhar em dispor desta cultura, em que entre outros, recitava "Os Sertões" de Euclides da Cunha de cor em longos trechos, além de vastíssimo conhecimento em várias outras áreas: foi professor no Diocesano de Física, área bastante distinta da Medicina. E quando da fundação da UFPB, foi convidado a ser professor, que recusou para não deixar sua terra e seus pacientes. Que foi candidato a vereador contra sua vontade pessoal, não fez campanha, e eleito com uma votação consagradora para a época, não assumiu, pois não era seu território. Bastante diferente de alguns políticos, em que é o poder pelo poder.
Em resumo, termino esta elogio com a frase lapidar de seu amigo e compadre João Claudino Fernandes: "Um homem que só nasce de 100 em 100 anos". Estamos esperando o próximo, e por enquanto fica esta singela homenagem desse filho que lhe deve mais do que tudo.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Conselho vai investigar denúncias de presos em Cajazeiras (PB)

Conselho Nacional de Justiça - Página Principal

O mesmo açude que recebe o esgoto produzido diariamente pelos 172 detentos do Presídio de Segurança Máxima de Cajazeiras (PB), município do Alto Sertão do Estado, fornece a água para ser bebida pelos mesmos presos. Sempre que a principal fonte de água da prisão – um poço furado nas proximidades – deixa de encher a caixa d´água, um carro-pipa recolhe água em um açude ali perto para enfrentar à falta praticamente diária de água na unidade.
A denúncia foi feita por detentos do presídio à equipe do Mutirão Carcerário do Conselho Nacional de Justiça, durante inspeção realizada semana passada à penitenciária do município, distante 480 quilômetros de João Pessoa. “A água já chega fedendo (na cela)”, confidencia um dos presos da ala superior, sem querer se identificar. O coordenador do mutirão na Paraíba, juiz Paulo Irion, recolheu denúncias semelhantes ao percorrer as instalações da penitenciária. “Não é possível adiantar o que incluiremos no relatório final, mas pediremos providências imediatas. É desumano viver sem água nessa região”, afirmou.
O racionamento força os presos a usarem baldes e garrafas PET para guardar a água que bebem, a mesma que é usada para cuidar da higiene pessoal e fazer funcionar as descargas da casa prisional. “Muitas vezes (a água) vem salobra. Outras vezes temos de retirar as borboletas que caem na caixa d´água e acabam vindo junto”, reclama outro preso das celas do mezanino.
Como a descarga não funciona por quase todo o dia e as necessidades fisiológicas não têm hora para acontecer, a solução é improvisar uma descarga com baldes d´água e se acostumar com o mau cheiro que se espalha por todas as celas. Quando algum preso adoece, muitas vezes por causa da má qualidade da água, a direção do presídio chama o SAMU ou uma viatura da instituição para levar o preso ao hospital porque médico só visita a unidade a cada duas semanas.


Sede – Tanto a população carcerária quanto os funcionários da unidade, em funcionamento há apenas seis meses, confirmam a frequente carência de água.
Os presos são unânimes em afirmar que só podem contar com um copo d´água por dia, na hora do almoço. “Se não fossem os agentes e nossas famílias, que nos trazem água de fora, morreríamos de sede”, conta um detento que prefere não se identificar. 
CNJ vai investigar denúncias de presos em Cajazeiras (PB)
Reservadamente, alguns agentes carcerários contam que as constantes panes da bomba que puxa a água do subsolo também explicariam as constantes interrupções do fornecimento de água na casa.
Uma agente admite que só não trabalha com sede porque traz água de sua casa, em Sousa, município que fica a 45 quilômetros de Cajazeiras. Além de ameaçar sobretudo a sobrevivência de quem cumpre pena, a falta de água compromete a higiene na instituição. A mesma agente relata ainda que já testemunhou uma seca de três dias na unidade. “Os presos passaram três dias sem sequer tomar banho”, recorda-se.
O diretor da instituição, José Antônio de Almeida Neto, admite que a alternativa dada para fornecer água ao edifício é problemática e espera uma solução definitiva, como a ligação do presídio ao sistema de abastecimento de água do município paraibano.
O secretário de Administração Penitenciária do Estado, José Alves Formiga, disse que conta com o apoio de todas as instituições ligadas à questão carcerária (Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Ministério Público do Estado e organizações não-governamentais, além do próprio governo do estado) para dar uma resposta à precária infraestrutura de muitos presídios do estado.
Velho e novo – Embora receba detentos definitivos e provisórios desde agosto do ano passado, o prédio ainda não foi inaugurado oficialmente. Uma decisão judicial ordenou a transferência imediata dos presos da então superlotada Cadeia Pública de Cajazeiras para o presídio que demorou 12 anos para ser construído, independente de cerimônia de inauguração.
Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias. 


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cajazeiras na Universidade

 Leram o texto de Sadi Mendes Sobreira? Isso foi em 1964, publicado no jornal  O Universitário. Agora vejam o resultado aí abaixo. Vale ou não vale reivindicar e sonhar? Mesmo que o resultado esteja muitos anos a frente. Cajazeiras, fique alerta: a educação acima de tudo!

Eduardo Pereira, Blog AC2B

100 anos de Waldemar Pires Ferreira

Dr. Waldemar e D. Ica em passeio pela Capital Federal, Rio de Janeiro.

Waldemar Pires Ferreira nasceu em 9 de fevereiro de 1911, na Rua Padre Rolim, em Cajazeiras, sendo filho de Galdino Pires Ferreira e Crisantina Pires Cartaxo Sobreira Rolim.

Fez os primeiros estudos na Escola do Professor Crispim Coelho, tendo como alguns dos seus colegas: Hygino Pires Ferreira, Monsenhor Vicente Freitas, João Guimarães Jurema, e Tota Assis. Cursou o secundário no Lyceu Paraibano em João Pessoa.

A sua formação superior deu-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1934, sendo o mais jovem da turma com 23 anos. Sua tese de Doutorado “A Tuberculose no Estado de São Paulo” foi publicada no mesmo ano. Entre seus professores destaca-se Dr. Miguel Couto. Entre seus colegas de faculdade, Reinaldo De Lamare (pediatra), Pedro Bloch (entre outras funções, dramaturgo), Jorge Marsilac (Fundador do Hospital do Câncer).

Iniciou suas atividades profissionais ainda na década de 30 do século passado no Rio de Janeiro. Na década seguinte, estabeleceu-se na cidade de Sousa, vindo para Cajazeiras em fins da década de 40, onde consolidou a carreira, prestando serviços no Hospital Regional de Cajazeiras, aonde fora admitido por concurso, e no SAMDU, precursor do INPS/INAMPS, atual INSS. O seu consultório era instalado na Avenida Presidente João Pessoa, número 40 e geralmente o atendimento era gratuito nas suas especialidades de Clínico Geral, Cirurgião e Radiologista.

Casou em 1953 com Íracles Brocos Pires Ferreira, com quem teve os filhos Jeanne Brocos Pires Ferreira (Arquiteta) e Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira (Engenheiro Mecânico e Advogado). Após ficar viúvo, casou-se com Ilma Rodrigues, com quem tece um filho: Waldemar Pires Rodrigues Júnior.

São netos de Waldemar Pires Ferreira: Mariana Pires Borsoi (Arquiteta), Lívia Pereira Brocos Pires (Dentista), Gabriel Pires Borsoi (Arquiteto), Waldemar Pires Ferreira Neto (Mestre em Ciências da Computação) e Marina Pereira Brocos Pires (Acadêmica de Farmácia).

Faleceu em 20 de outubro de 1996 e seus restos repousam no Cemitério Coração de Maria em Cajazeiras.

Por Farol Comunicação Integrada

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Lembro-me bem do seu Orcino

Crédito: Revista Oba
Lembro-me bem do seu Orcino. Primo em segundo grau e grande amigo de papai (no dizer de papai: “a mãe dele era prima de mãe, irmã de Telvina do Melão, casada com Raimundo Duarte”), ele era a simpatia em pessoa, exalava alegria ao seu redor. Lembro-me bem quando ia à sua farmácia tomar injeção (é que eu ia sozinho para mostrar que era cabra-macho), na saída ele dizia aos filhos: “Tá vendo, este é homem, puxou ao pai” e tascava o seu contumaz chavão chistoso: “Vá bem feliz, leve uma queda e quebre o nariz”.




Jeca Tatu e o Biotônico Fontoura
Não sei por ideia de quem, talvez do Paulo Antonio, o mais velho, os seus filhos vendiam na feira umas revistinhas de Jeca Tatu, propaganda dos famosos Biotônico Fontoura, um dos maiores investidores da mídia neste tempo. A matutada comprava pelas bonitas ilustrações coloridas. Já cedo começavam a aprender ganhar dinheiro. Valtimar de Tio Waldemar, secundado por Valiomar, e imitando os filhos do seu Orcino também fazia as suas defesas financeiras. Compravam fios elétricos e os cortavam em pedaços de uns cinco metros e nas extremidades amarravam-no (não sei o nome) um isolante feito de cerâmica parecido com uma bolacha. Pronto, estavam fabricadas antenas para rádios e era um sucesso de venda. E dinheiro para a meninada!


Dr. Waldemar: o professor, o médico e o rotariano

Dr. Waldemar Pires na companhia da mãe e dos irmãos

José Antonio de Albuquerque

Há quase meio século, no velho, tradicional e inesquecível Colégio Diocesano Padre Rolim, fui aluno de Física, do médico Waldemar Pires. Somente um educador do porte de Monsenhor Vicente Freitas faria com que Dr. Waldemar deixasse todas as manhãs os seus afazeres de médico, no Hospital Regional de Cajazeiras, para ministrar aulas numa turma de 30 alunos, concluintes do Curso Ginasial, que ao lado de Dr. Gineto, como professor de Química, Dr. Manoel Paulo (esposo de Socorro Paulino, filha de Carlos Paulino), como professor de Biologia e Mailson da Nóbrega, como professor de Matemática, formava um conjunto que dava um enorme prestigio ao velho educandário.


Antes de ser meu professor já conhecia o médico Waldemar Pires, que era ao mesmo tempo clinico geral, cirurgião e radiologista e de suas hábeis e abençoadas mãos, anos depois, veio a nascer, minha querida filha Letícia Teresa, numa madrugada do dia 11 de fevereiro de 1978, debaixo de muita chuva e trovão, na Maternidade Nossa Senhora de Fátima. E depois que concluiu o parto foi Ele que me deu a noticia: “é uma menina encantadora e bonita”, seguida de um afetuoso abraço. Era um grande sonho de Antonieta e meu que nascesse uma menina, já que tínhamos dois filhos do sexo masculino. Nunca saiu da minha memória aquela madrugada.


Quando ingressei no Rotary Clube de Cajazeiras, no dia 22 de janeiro de 1971, já fazia parte Dr. Waldemar, com um titulo muito honroso: sócio fundador. Eram poucos os remanescentes de 1948 que ainda faziam parte do clube de Cajazeiras: Sabino Rolim, Aldo Matos, Deodato Cartaxo e Sabino Rolim Guimarães e todos os outros sócios tinham sempre um respeito muito grande por estes companheiros, símbolos da resistência e do amor pelas instituições criadas em Cajazeiras com o objetivo de tornar a nossa cidade conhecida e reconhecida entre os milhares de rotarianos espalhados pelo Brasil inteiro.


A timidez de Waldemar, nos encontros rotários do Nordeste, era compensada por sua eterna e enamorada companheira Ica Pires, sempre convocada para fazer apresentações e recitais e era aí, nestas ocasiões que o nome de Cajazeiras ficava gravado na memória de todos os presentes. O Rotary clube de Cajazeiras sempre deixava a sua marca nas Assembléias Rotarias.


Waldemar era um rotariano nato e praticava com maestria o lema rotário “Dar de si antes de pensar em si”, não somente no interior do clube, nos momentos de companheirismo, mas principalmente na vida sua profissional e como cidadão. Um humanista em todos os sentidos. Fazia da medicina um sacerdócio. Encantadora era a sua simplicidade. Espantosa era sua humildade. Na sua maleta de médico não existia recibo.


Waldemar era um eterno apaixonado pela terra que nasceu, em 9 de fevereiro de 1911 e para ela voltou eternamente, no dia 20 de outubro de 1966. A sua paixão por Cajazeiras, infelizmente, não parece ser correspondida pelos seus conterrâneos, a quem serviu com dedicação e carinho e sequer tem uma rua ou um logradouro com o seu nome e é mais um ilustre filho que entra na lista dos esquecidos e injustiçados, mas para não morrer definitivamente na memória da cidade, o GAZETA, publica um Caderno Especial, nesta edição, a de número 637, para celebrar o Centenário de seu nascimento. Salve Waldemar!


Por José Antonio de Albuquerque é professor historiador e jornalista publisher do Gazeta do Alto Piranhas.


Neste dia, Cajazeiras chorou!

18 de agosto de 1966, quinta-feira, pela manhã,  Biriu matou Orcino.
Biriu virou toxicômano, dizem que a proximidade com as drogas o aniquilou como homem.  Seu pai era o dono da Farmácia Cruz Vermelha, na praça Coração de Jesus e ao perceber o descaminho do filho passou a privá-lo do uso da droga e Biriu passou a comprar na farmácia do Orcino, coisa normal já que eram colegas de comércio. O Seu Fernandes descobre a artimanha do filho e avisa do vício do filho ao Orcino que se negou vender mais a droga. Biriu contrariado na sua pretensão, retira-se e apanha um revólver e assassina fria e covardemente Orcino.
Em frente à farmácia, porta com porta, ficava os Armazéns Paulista. Tio Micena, impulsivo ao extremo, ao ver o tiro corre para o local e depara com Biriu com o revólver ainda fumegante, avança toma a arma e dá coronhadas na cabeça do Biriu que só não teve os miolos totalmente esfacelados porque foi contido por terceiros. Jamais foi esquecido este ato bravo de Tio Micena como uma demonstração de amizade a uma pessoa tão querida da nossa cidade.
A consternação em Cajazeiras foi geral pela figura amada e pelo modo banal do homicídio. Monsenhor Vicente Freitas, era o diretor do Colégio Diocesano Padre Rolim, incontinenti, libera os alunos após comunicação do fato nas salas de aula. Foi talvez o segundo contato mais próximo que tive com a morte. Saímos em bando, comentando, aliás, eu mais escutava pela minha pouca idade, a maioria em busca da Rua Epifânio Sobreira e depois para a Praça João Pessoa para saber das últimas notícias. Neste dia foi excepcionalmente quebrada uma norma do Monsenhor Vicente que não permitia seus alunos andarem fardados pelas ruas.
 Biriu fui para o júri seis anos depois, para a sua defesa foi contratado três grandes advogados, entre eles o futuro governador Ronaldo Cunha Lima, mas a população de Cajazeiras, bem representada no corpo de jurados, foi implacável com o verdugo de Orcino: 26 anos e quatro meses de prisão. Ouvi falar depois de Biriu no presídio em João Pessoa, hoje não sei nada dele, nem se ao menos é vivo.


Iconografia do Dr. Waldemar Pires Ferreira e D. Iracles

Dr. Waldemar Pires na companhia da mãe e irmãos

Dona Irácles a 3ª e Dr. Waldemar é o 4º da esquerda para a direita na fila do fundo
Dr. Waldemar e D. Ica em passeio pela Capital Federal, Rio de Janeiro.



Com amigos

Dona Iracles